terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ídolos que falam!



É interessante observar como a comunidade evangélica, de forma ferrenha se opõe aos católicos pelo fato da "adoração a ídolos". A grosso modo um ídolo católico é uma estátua de algum santo da antiguidade que de alguma forma se destacou pela sua fé. Os irmãos crêem que esses santos de antigamente podem de alguma forma ajudá-los e interceder por eles junto ao Pai. O problema é que na palavra somos esclarecidos sobre quem tem esse papel de intercessor: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." I Jo.2:1

A maioria desses homens e mulheres reverenciados tiveram uma vida notável em seu tempo. Amaram a Deus, serviram ao próximo, viveram um vida digna de serem exemplos para nós. Entretanto não poderão interceder diante do Pai, pois estão aguardando a ressureição, quando nos juntaremos a eles para o banquete com Jesus. Essa oposição dos evangélicos é compreensível, afinal muitos se autodenominam protestantes, ou seja, protestam contra os dogmas católicos e ao acharem na bíblia exortações tão claras contra a idolatria tem em mãos uma forte arma. Ao pensar sobre a aversão da adoração aos santos católicos lembro de Jesus quando diz aos fariseus: "Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo". Não sou nem protestante, nem a favor da adoração aos ídolos. Creio que um e somente um é digno de louvor e adoração: Jesus. Mas qual a diferença entre a adoração de santos mortos e a adoração de santos vivos?

Grandes nomes na fé, homens notáveis, gênios do empresariado evangélico com templos que atraem milhares de pessoas são idolatrados diariamente. Milhares de fiéis aguardam o fim dos cultos para pedir que esses santos vivos intercedam por eles diante do Pai, ou mesmo atrás da tela de TV aguardando a oração e a benção esperada. Uma oração para cura, um problema financeiro, uma questão insolúvel que apenas aquele ídolo pode resolver. Ao fim da oração o tributo é pago: "pastor se não fosse o senhor não sei o que seria de mim; pastor Deus está presente em sua vida; pastor recebi uma benção através de sua oração; pastor como o seu ministério me abençoa; pastor irei ofertar para a sua vida". O ídolo vivo, assim como o morto é reverenciado pelo poder alheio que opera ou operou em sua vida e recebe seus tributos. De onde vem todas as bênçãos? Acaso todos os santos não são vasos para manifestá-las ao próximo? Então o corpo de Cristo fica aleijado onde apenas o ídolo vivo manifesta o poder, enquanto os "leigos" recebem a graça e pagam os tributos.

Triste constatar como pessoas que começam bem são corrompidas pela honra que deveria ser direcionada ao Senhor. Iniciam o ministério proclamando, cuidando de vidas, servindo ao próximo, mas o espírito de ídolo logo toma conta de seus corações e iniciam a labuta para levantar o seu império. Estamos em uma época da fama fácil, alavancada pela internet: blog, youtube, orkut, fotologs; bastam 5 minutos para um marketing de rede que faz 10 pessoas parecem 1.000, e o dia-a-dia aparentar grandes feitos a Deus. Todos os relatos, lógico, centrados no projeto de ídolo que necessita de apoio para conseguir seguidores, mantenedores e idolatria. Tudo em nome da fé, do amor ao próximo, da obra Deus, que as vezes inicia-se no serviço cristão, mas esforça-se para enquadrar-se nos padrões clericais onde o ministro é adorado e o leigo serve com seu tempo e dinheiro; e só.

Olhando para Jesus podemos encontrar um modelo para escaparmos dessa armadilha:

- "Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho." Mt.8:4
- "E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho." Mc.1:44
- "E mandou-o para sua casa, dizendo: Nem entres na aldeia, nem o digas a ninguém na aldeia." Mc.8:26
- "Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus." Lc.18:19
- "E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus." Mt.19:17
- "...um espírito imundo o qual exclamou, dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele."

Quantas oportunidades de ser idolatrado perdidas. Por isso continuo idolatrando Jesus, Ele e somente Ele é digno!

Um comentário:

Amauri Silva disse...

É isso aí: ele que podia, não quis ser idolatrado. Como nos conta Bíblia, ele não quis ser rei, mas acabou descendo ao mais baixo degrau da criação (o ser humano) e, sendo como nós não negou servir. Aliás, ele fez questão de servir.

Hoje em dia (desde o início, na verdade), seus servos não entenderam o recado, e sempre procuraram ter o saco puxado...

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