sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Enquanto isso, na terra dos nazicrentes...

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Deus e o diabo



Não existe, nunca existiu e nem existirá uma luta épica entre Deus e o diabo. Satanáz sempre soube sua posição de submissão diante de Deus Pai e em nenhum momento enfrenta de frente sua autoridade e poder. Basta vermos o desespero dos demônios ao encontrarem Jesus: "Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?" Mt.8:29.

A equação é simples: só existem trevas onde falta luz; na mínima incidência de iluminação as trevas não permanecem. Portanto o importante não é a quantidade de demônios que achamos que está perto de nós, nos outros, ou em alguns lugares, mas sim a quantidade da graça do Pai que há em nós. Onde há luz... as trevas não permanecem, onde não há, o que acontece?

"Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos." Ef.1:20-23

Filho Imperfeito: http://filhoimperfeito.blogspot.com/2009/09/deus-e-o-diabo.html

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Enquanto isso, na civilização de anticristos....



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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bem x Mal (ou seria Bem + Mal?)

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Não sei porque, mas hoje de manhã vim pro serviço pensando na mitologia criada pelo cineasta americano George Lucas “Star Wars” (conhecido pelos mais velhos simplesmente como Guerra nas Estrelas).

Para quem não tem muita familiaridade com o tema, Star Wars diz respeito a uma série de filmes, desenhos animados, livros, revistas em quadrinhos, jogos de videogame (sim, tudo se interliga e se completa de certa forma) de uma espécie de gênero que poderia ser chamado de “fantasia espacial” em que mundos se dividem entre Império Galático e resistência rebelde, onde o Império é dominado pelas forças do “lado negro” (ou “lado escuro”, na nova tradução politicamente correta de “dark side”) e a resistência rebelde tenta restaurar a ordem da República Galática de antes de o Império dominar o Universo.

Há um combustível que supre os guerreiros, seres, enfim, todos os personagens do universo Star Wars: a Força. Segundo o personagem Obi Wan Kenobi, a força é “um campo de energia criado por tudo o que vive. Rodeia-nos, penetra-nos e une a galáxia. Tanto os mocinhos (Jedis) como os bandidos (Siths) procuram atingir um patamar superior de existência, mas ambos tem filosofias bem distintas para tal:

Filosofia Jedi

“There is no emotion, there is peace.” - Não existe emoção, existe paz.

“There is no ignorance, there is knowledge.” - Não existe ignorância, existe conhecimento.

“There is no passion, there is serenity.” - Não existe paixão, existe serenidade.

“There is no death, there is the Force.” - Não existe morte, existe a Força.

Filosofia Sith:

“Peace is a lie, there is only passion.” - Paz é uma mentira, só existe paixão.

“Through passion, I gain strength.” - Através da paixão, ganho Força.

“Through strength, I gain power.” - Através da Força, ganho poder.

“Through power, I gain victory.” - Através do poder, atinjo a vitória.

“Through victory, my chains are broken.” - Através da vitória, as minhas correntes são quebradas.

“The Force shall free me.” - Assim, a Força me libertará.

Podemos ver que ambos os lados são atraídos pela mesma energia imanente, e essa energia pode transformar um homem tanto em mal como em bom. É possível observar também que ao filosofia “sombria” (dos Siths) é uma corruptela, ou um exagero, da filosofia “iluminada” (dos Jedis). Logo, o que é razão e temperança no lado luminoso, é um exagero e uma perversão do lado negro. Procuram o mesmo fim, mas com meio diferentes: o bem-estar.

Ora, no mundo “normal” acontece a mesma coisa.

Sempre estamos procurando por algo que nos satisfaça, que nos dê bem-estar, a nós e àqueles que estão conosco. Porém, como na série de George Lucas, as pessoas escolhem formas diferentes de alcançar seus objetivos, e acabam até mesmo pervertendo, do ponto de vista do cristianismo, o resultado de suas buscas.

Assim podemos analisar, por exemplo, os pecados humanos. Para se ter um parâmetro possível de comparação, vou usar a lista de 7 pecados capitais segundo S. Tomás de Aquino. É óbvio que nossos pecados não se resumem a 7, mas eu acho essa “matriz de pecados” interessante por ser bem abrangente, podendo se desdobrar em quase todos os demais pecados. Os sete pecados são os seguintes:

Vaidade;
Inveja;
Ira;
Preguiça;
Avareza;
Gula;
Luxúria.

A partir da análise dos 7 pecados, é possível concluir que eles são deturpações das necessidades do ser humano. Assim, a Vaidade seria um exagero da necessidade de bem-estar físico. Paulo diz que devemos cuidar do nosso corpo, que é o templo do Espírito Santo, mas quando passamos a dar mais importância ao nosso corpo do que às demais pessoas ou coisas da vida, passamos a se egoístas. A Inveja seria uma desejo exagerado de ter as coisas, fazendo-nos cobiçar aquilo que não é nosso e sentir raiva de quem tem aquilo. A Ira acontece quando deixamos as magoas tomarem conta do nosso coração. Nesse caso, porém gostaria de fazer uma ressalva: essa “Ira” seria uma raiva exagerada que nos leva a pecar contra os outros. Jesus mesmo disse: “Irai e não pequeis, não deixeis que o Sol se ponha sobre a vossa ira”, ou seja, muitas vezes ficamos nervosos, mas não podemos deixar aquilo corroer nosso corpo como um câncer: é resolver os problemas e nunca deixar para depois aquela “treta” de agora.

Continuando, a Preguiça seria um exagero da necessidade de descansar; a Avareza está ligada ao nosso desejo de ter sem precisar: somos levados a poupar e a sempre querer mais sem muitas vezes necessitar disso, e colocamos nossa confiança no dinheiro, o que é perigoso; a Gula é a perversão da necessidade de se alimentar; e por último a Luxúria, que é a perversão da necessidade do prazer físico.

Mas o que isso tem a ver com Star Wars, Jedis, Sith, bem e mal, Deus e o Diabo?

Bem, como disse, vim pensando em todas essas coisas no caminho para o serviço. Cheguei à conclusão que Deus e o Diabo, o Bem e o Mal, não estão tão em lados opostos, não assim, metodicamente um puxando para um lado e ou outro para o outro lado, como que num cabo de guerra transcendental. Os dois, na verdade, puxam o ser humano para o mesmo lado, o lado da satisfação e da ascensão. Porém, como entre Jedis e Sith, o Lado Iluminado e o Lado Negro, Deus estaria nos ensinando a sermos elevados pelo caminho da temperança, mas o Diabo estaria nos levando a acreditar que a satisfação está na satisfação mais que plena das nossas necessidades.

Isso fica muito claro quando observamos que cada vez mais pessoas hoje em dia estão cada vez mais egoísta e doentes por procurarem a satisfação e a alegria. Cada vez mais temos pessoas mesquinhas, depressivas, fisicamente doentes por buscarem ter mais do que necessitam, ou por irem muito rapidamente atrás daquilo que almejam. E esse tipo de coisa não acontece só no que os cristãos chamam de “mundo”: dentro da Igreja vemos cada vez mais pessoas passando para o Lado Negro da Força por buscarem de forma desenfreada a elevação espiritual. São pessoas doentes espiritualmente, exageradas na forma de louvar, de se expressar, e que mais cedo ou mais tarde se tornam malucos e morrem por não terem tido o bom senso de buscarem tudo ao seu tempo, seja por sua própria vontade ou pela falta de instrução.

E isso não é apenas no nível espiritual. Podemos ver isso no que diz respeito ao material nas Igrejas: pastores que começaram com a maior das boas vontades, e que recolhiam dinheiro “para a obra”, mas que hoje são crápulas e ladrões.

Assim como é impossível perceber o momento exato em que o dia começa a escurecer e é muito difícil dizer quantas gotas de água faltam para transbordar um copo, também é muito difícil dizer quando estamos passando do limite, passando da plenitude iluminada para o exagero negro em nossas vidas.

O Mal seduz. Assim como os Jedis de Star Wars, temos que vigiar sempre, nos controlando para que a Força que há em nós não faça com que passemos de luz às trevas como num piscar de olhos.

 

Para quem quiser saber mais sobre o mundo de Star Wars:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Wars

Para quem quiser saber mais sobre os Sete Pecados Capitais:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_sete_pecados_capitais

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ave Maria, A Transgressora


Olá.

Vim aqui só pra escrever algumas palavras. Nada muito comprido, não.

Ontem foi Dia das Crianças. Também foi o dia em que os católicos comemoram o aparecimento da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Queria aproveitar a data para falar sobre Maria, a mulher que inspirou a imagem que muitos adoram como se tivesse poderes mágicos, mas que, na verdade, é uma lembrança, como um retrato, de uma grande mulher.

Nesses dias pensei sobre a vida de Maria, e como ela foi subversiva desde o início de seu ministério (que, acho, começou quando ela foi visitada pelo anjo).

Não só ela foi uma subversiva por ter carregado o filho de Deus em seu ventre, passando pelas adversidades de uma gravidez fora dos padrões do casamento, enfrentando seus vizinhos e parentes e até alguma desconfiança que possa ter vindo da parte de seu marido, mas também foi subversiva por acreditar que seu filho seria o salvador do mundo, por ter confiado e o obedecido.

Diferentemente da maioria dos protestantes, quando leio a passagem das bodas de Caná, quando Jesus aparentemente é grosso com sua mãe (pelo menos é essa a impressão que as traduções me passam), Maria não estava sendo intransigente recebendo uma bronca de seu filho, mas estava é querendo ver as coisas resolvidas. Ela foi ousada, e tentou algo que ninguém ainda tinha tentado: pedir algo a Jesus. Nesse momento ela foi intransigente e subversiva como mãe, mulher e cristã.

Que possamos seguir seu exemplo, assim como seguimos os exemplos de Paulo, Pedro, Tiago, André e os demais apóstolos, e tenhamos a vontade de ver a transformação das situações, da água sem gosto para o vinho da alegria de Deus, e não ficarmos com medo das respostas atravessadas que possam nos dar, sejam respostas vindas de amigos, colegas de trabalho ou de nossos próprios familiares.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tempestade


A sabedoria da tempestade não está em aprender como evitá-la, mas sim em aprender como dançar na chuva.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Paralelas

Alguns paralelos traçados entre as manifestações do catolicismo popular e do pentecostalismo (e por que não protestantismo?) contemporâneo.

Resido em Ananindeua, município da região metropolitana de Belém (Pará). Norte do Brasil, fundada em 1616, Belém é uma cidade marcada pelo catolicismo – como quase todas as cidades históricas do Brasil. Uma das manifestações locais da fé católica é o Círio de Nazaré – procissão que remonta ao ano de 1793 e que atualmente envolve cerca de dois milhões de pessoas (romeiros). A procissão percorre alguns quilômetros do centro de Belém, anualmente, no segundo domingo de outubro. É um evento já incorporado à cultura do estado e do povo, onde se misturam fé, economia, mídia, política, audiovisual etc. O evento foi registrado pelo IPHAN, em 2004, como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial.


Mas existem alguns pontos interessantes, nos quais posso traçar um paralelo às práticas da religiosidade evangélica. Duas religiões (ainda que sob o mesmo rótulo de cristãs) antagônicas, que se negam mutuamente, mas que não diferem tanto assim em certos pontos.

1. Um primeiro ponto, por ser o mais óbvio, é a espetacularização do sentimento religioso. O Círio de Nazaré é um evento televisionado pelos principais canais do Pará, e até em outros estados. A repercussão é nacional, e a grandeza do espetáculo faz com que o mesmo ultrapasse as fronteiras da religião, misturando-se a economia, política, cultura etc., como já afirmei acima. Se compararmos aos megaeventos gospel, aos cultos televisionados, às marchas e arrastões para Jesus, veremos que estes não se diferenciam muito da procissão católica, no que tange a transformação do acontecimento religioso em espetáculo sociocultural. A religiosidade vaza do seu para outros círculos sociais, principalmente através dos meios tecnológicos da informação proporcionados atualmente (televisão, internet, propaganda, dentre outros).


2. Outro ponto que levanto, já tecendo um juízo de valor, é a noção de sacrifício implícita a ambas as religiões. Na procissão católica existem promessas, que devem ser cumpridas durante a procissão em troca de pedidos realizados pela Virgem de Nazaré. É comum romeiros percorrerem o trajeto de joelhos, levando réplicas de casa, barcos, partes do corpo, conforme a benção recebida. Nas igrejas evangélicas os votos são cumpridos de maneira semelhante: sacrifícios financeiros, de tempo, físicos, emocionais... A grande diferença é até irônica: enquanto os católicos sacrificam por ter recebido, os evangélicos sacrificam para receber; só muda a forma de pagamento, mas a religiosidade consumista prevalece. Há também uma questão evidente: é importante sacrificar algo em agradecimento a Deus, e este sacrifício é sempre validado pelo coletivo. Os fiéis são condicionados a manifestar seu sacrifício publicamente. Apesar de Deus estar em todos os lugares, ainda é necessário pagar suas promessas ou cumprir suas alianças na frente das câmeras, das multidões, dos olhares, do coletivo. Por isso não faz tanto sentido percorrer o trajeto do círio – em cumprimento de uma promessa – no mês de setembro; ou fazer de forma anônima uma oferta de sacrifício (dedicando tempo ou dinheiro) para uma instituição de caridade, e não em um culto sob a vigilância eclesiástica.


3. O terceiro ponto está intimamente vinculado ao anterior: o estabelecimento do sagrado nestas manifestações. O caráter do sagrado, separado, santo, pressupõe a mediação entre o ser humano comum e Deus, criando níveis de importância, e consequentemente hierarquias eclesiásticas. No Círio de Nazaré existe a imagem da santa, ao redor da qual se constrói a procissão. A corda que é utilizada para puxar a berlinda com a imagem, inclusive, é fracionada pelos romeiros à golpes de faca: cada um quer levar um pedacinho da corda sagrada como amuleto espiritual. Há também as pessoas que ocupam cargos eclesiásticos: bispos, arcebispos, padres etc., mas sem dúvida estas não são tão revestidas do caráter de sagrado do que as do meio evangélico (pastores, obreiros, reverendos e outros). Apesar da iconoclastia, no meio evangélico também existem objetos sagrados – mas sem a força que é vista no catolicismo – como os amuletos (pulseiras, prospectos, miniaturas e tudo o mais que a criatividade permitir) distribuídos nos cultos e campanhas. Essa noção do sagrado, e de mediação, é um dos motores necessários para a institucionalização da religião. É preciso acreditar em objetos, entidades ou pessoas melhores do que nós (porque mais próximos de Deus), para que a religião formal se estabeleça – com toda a dogmática que lhe é peculiar – e para que as experiências coletivas (dentre as quais o sacrifício em público) façam sentido.


4. Por fim, gostaria de questionar o caráter eventual destas manifestações religiosas. É importante perceber como estas experiências se dão de forma pontual: são acontecimentos, eventos, delimitações espaço-temporais reservadas para a comunhão com Deus. Em ambas as religiões é notório como a concepção de comunhão pessoal e cotidiana é substituída pela comunhão esporádica, programada e coletiva. A atitude de fé não mais requer uma transformação de vida constante e evolutiva (como Cristo tentou ensinar), mas sim uma participação espetacularizada e momentânea. Quanto mais gente reunida, melhor, maior ainda será a demonstração do poder de Deus. E eis um paradoxo: ao substituir a comunhão pessoal e constante por uma coletiva e momentânea, as religiões acabam invertendo as prioridades da fé: servir ao próximo deixa de ser importante, e dá lugar a um individualismo exacerbado. As grandes multidões propiciam isso: todos ali amam o ilustre desconhecido ao seu lado (reunidos debaixo da mesma bandeira), mas estão mesmo é preocupados com seus próprios problemas e interesses. Celebração do eu, grave desvio do mutualismo cristão. Não há mais um eixo que una os cristãos sob o mesmo objetivo, mas sim uma fragmentação de interesses diversos reunidos em uma mesma coletividade diluída.

Estes questionamentos que fiz, de certa forma até mesmo parciais e subjetivos (admito), tem a intenção de apontar como as características da nossa contemporaneidade (individualismo, espetacularização, diluição dos limites) refletem nas manifestações religiosas, traçando paralelos até mesmo entre expressões opostas, como o catolicismo popular e o pentecostalismo contemporâneo.

De certa forma é preciso ter coragem e força para romper com os moldes que nos são impostos pela religiosidade, e conseguir situar-se nos interstícios, nas brechas do sistema. Portanto, se você que me lê se propõe a ser igreja alternativa, mas identifica-se com a maior parte das questões aqui apontadas, sinta-se decepcionado: sua expressão de fé pode ser mais tradicional e institucionalizada do que você imagina.

As regras

Infrinja as regras, um pouco a cada dia; em breve as exceções se tornam regras: é assim que a humanidade evolui...

(Inspirado após ouvir canções como "Breaking The Law", do Judas Priest e "Against The Law", do Stryper...)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ídolos que falam!



É interessante observar como a comunidade evangélica, de forma ferrenha se opõe aos católicos pelo fato da "adoração a ídolos". A grosso modo um ídolo católico é uma estátua de algum santo da antiguidade que de alguma forma se destacou pela sua fé. Os irmãos crêem que esses santos de antigamente podem de alguma forma ajudá-los e interceder por eles junto ao Pai. O problema é que na palavra somos esclarecidos sobre quem tem esse papel de intercessor: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." I Jo.2:1

A maioria desses homens e mulheres reverenciados tiveram uma vida notável em seu tempo. Amaram a Deus, serviram ao próximo, viveram um vida digna de serem exemplos para nós. Entretanto não poderão interceder diante do Pai, pois estão aguardando a ressureição, quando nos juntaremos a eles para o banquete com Jesus. Essa oposição dos evangélicos é compreensível, afinal muitos se autodenominam protestantes, ou seja, protestam contra os dogmas católicos e ao acharem na bíblia exortações tão claras contra a idolatria tem em mãos uma forte arma. Ao pensar sobre a aversão da adoração aos santos católicos lembro de Jesus quando diz aos fariseus: "Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo". Não sou nem protestante, nem a favor da adoração aos ídolos. Creio que um e somente um é digno de louvor e adoração: Jesus. Mas qual a diferença entre a adoração de santos mortos e a adoração de santos vivos?

Grandes nomes na fé, homens notáveis, gênios do empresariado evangélico com templos que atraem milhares de pessoas são idolatrados diariamente. Milhares de fiéis aguardam o fim dos cultos para pedir que esses santos vivos intercedam por eles diante do Pai, ou mesmo atrás da tela de TV aguardando a oração e a benção esperada. Uma oração para cura, um problema financeiro, uma questão insolúvel que apenas aquele ídolo pode resolver. Ao fim da oração o tributo é pago: "pastor se não fosse o senhor não sei o que seria de mim; pastor Deus está presente em sua vida; pastor recebi uma benção através de sua oração; pastor como o seu ministério me abençoa; pastor irei ofertar para a sua vida". O ídolo vivo, assim como o morto é reverenciado pelo poder alheio que opera ou operou em sua vida e recebe seus tributos. De onde vem todas as bênçãos? Acaso todos os santos não são vasos para manifestá-las ao próximo? Então o corpo de Cristo fica aleijado onde apenas o ídolo vivo manifesta o poder, enquanto os "leigos" recebem a graça e pagam os tributos.

Triste constatar como pessoas que começam bem são corrompidas pela honra que deveria ser direcionada ao Senhor. Iniciam o ministério proclamando, cuidando de vidas, servindo ao próximo, mas o espírito de ídolo logo toma conta de seus corações e iniciam a labuta para levantar o seu império. Estamos em uma época da fama fácil, alavancada pela internet: blog, youtube, orkut, fotologs; bastam 5 minutos para um marketing de rede que faz 10 pessoas parecem 1.000, e o dia-a-dia aparentar grandes feitos a Deus. Todos os relatos, lógico, centrados no projeto de ídolo que necessita de apoio para conseguir seguidores, mantenedores e idolatria. Tudo em nome da fé, do amor ao próximo, da obra Deus, que as vezes inicia-se no serviço cristão, mas esforça-se para enquadrar-se nos padrões clericais onde o ministro é adorado e o leigo serve com seu tempo e dinheiro; e só.

Olhando para Jesus podemos encontrar um modelo para escaparmos dessa armadilha:

- "Disse-lhe então Jesus: Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho." Mt.8:4
- "E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote, e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho." Mc.1:44
- "E mandou-o para sua casa, dizendo: Nem entres na aldeia, nem o digas a ninguém na aldeia." Mc.8:26
- "Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é Deus." Lc.18:19
- "E ele disse-lhe: Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus." Mt.19:17
- "...um espírito imundo o qual exclamou, dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus. E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te, e sai dele."

Quantas oportunidades de ser idolatrado perdidas. Por isso continuo idolatrando Jesus, Ele e somente Ele é digno!

domingo, 4 de outubro de 2009

Enquanto isso, na terra de São Malaquias...

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Atualização: Achei pertinente postar a crítica de um amigo meu.


Dizem que eu sou louco…

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Ontem (sábado – 4/10/09) fiz algo que não faço há muito tempo: fui à casa dos meus tios Zé e Cida (todo mundo tem um ou mais tios Zé e Cida, rsrsrs). O tio Zé é irmão da minha mãe. A tia Cida é a esposa dele.

Fazia mais ou menos uns 15 anos que eu não os visitava. Foi uma visita legal, pois gosto muito deles e lembro de ter passado momentos muito bons na casa deles. Foi um dia muito bom. Chegamos, tomamos um café, almoçamos, viemos embora, eu e a Sandra – minha esposa. Entre uma refeição e outra, conversamos sobre a vida, falamos de coisas do passado, e de coisas que o futuro nos reserva.

Tá. E por quê eu estou falando dessa visita aparentemente típica? O que você, que está lendo, tem a ver com essa história chata de visita aos tios?

Talvez a percepção sobre a minha história mude se eu contar pra vocês duas peculiaridades dos meus tios: eles são velhos (meu tio tem mais de 80 anos) e são evangélicos. E isso, durante um bate-papo descompromissado entre parentes, faz TODA a diferença…

Entre conversa-vai, conversa-vem, acabamos caindo no assunto “Deus”. É impossível conversar sem falar de Deus, ainda mais quando se sente à vontade para falar dEle. Aí nós contamos as “bênçãos”, falamos de ministério, etc.  Porém durante toda a conversa ficou evidente o abismo que separa o evangélico tradicional de um “cristão alternativo”. A todo momento eles queriam saber de que “igreja” nós éramos. Sempre que falávamos uma “bênção”, um momento de alegria, algo que fizemos dentro de alguma igreja, alguma pregação, evento, etc., eles nos perguntavam “é de igreja tal???” E eu simplesmente respondia com um “não”. E eu percebia que sempre ficava aquele sentimento de “eles não são tão evangélicos assim”, rsrsrs…

Algumas vezes, percebia a confusão total, pois conheço muita coisa da Assembléia de Deus, por exemplo, hinos, peculiaridades das reuniões, “doutrinas”. Isso devido ao fato de ter muitos amigos naquela denominação. Isso deixava meu tio pensando “ele parece assembleiano, mas também parece que não é”.

Percebi, enfim, que eles, meus tios, são extremamente evangélicos no sentido de defenderem a bandeira de sua denominação, ou, no mínimo, da sua filosofia (embora não tenham consciência de que estejam defendendo uma filosofia). E esse tradicionalismo se acentua por serem velhos e defenderem o que é tradicional, aquele negócio de que “antigamente era melhor.

Porém, por incrível que pareça, esse comportamento não é algo incomum. Não acontece só entre evangélicos e nem somente entre pessoas mais velhas.

Hoje, existem muitas pessoas que defendem o “evangelicalismo” como se fosse um time de futebol. Pessoas que brigam, choram, gritam e até chegam a bater para defender o “ser evangélico”, defender sua bandeira congregacional. Muita gente não se toca, mais isso é uma das maiores evidências da invasão do “mundo” dentro da Igreja. A igreja se acostumos a defender seus ideais como se estivesse defendendo um time político, um partido ou uma filosofia. E olha que isso não é algo novo, não. O apóstolo Paulo, segundo a Bíblia, lidava com isso já na sua época. Cristãos vivam se perguntando qual era o apóstolo mais correto, e defendiam suas filosofias com unhas e dentes. “Eu sou de Paulo, eu sou de Apolo”, e Paulo explica que um planta, o outro rega, mas quem faz crescer é Deus.

É óbvio que você deve estar dizendo “mas eu tô livre de tudo isso, graças a Deus, eu sou ALTERNATIVO!” Porém ,pense aí: quantas vezes você já não disse que não aguenta, não gosta e nem consegue conversar com “evangélicos”? Quantas vezes você, com ar de superioridade, já não se gabou, aí dentro da sua cabeça mesmo, dando “graças a Deus”, de não ser mais evangélico? Vou mais além: quantas vezes você já não pensou ser melhor do que os evangélicos, pois Deus lhe deu um entendimento “superior” em relação aos demais cristãos?

Quando adolescente, ainda sendo evangélico, embora fosse de uma igreja “underground”, passei por sentimentos como esse. Eu me sentia “a nata” dos evangélicos, a evolução, o “homo sapiens superior” (como diriam professor Xavier e Magneto) do cristianismo, pois não precisava de terno, gravata, hinários antigos, e dos ritualismos dos evangélicos tradicionais. Porém aos poucos percebi que eu, e mais alguns, estávamos criando um gueto dentro do gueto. Estávamos nos tornando “fariseus dentre os fariseus”.

Hoje, vejo que muito cristão que se considera alternativo passa por isso. Devagar, vamos nos fechando dentro de um mundinho dentro do mundinho dos evangélicos, vamos nos distanciando do mundo cristão, e nos tornando uma aberração pior do que aquilo que consideramos estranho.

Olhem que não estou aqui pregando que devemos nos conformar com as cagadas que evangélicos, católicos, ortodoxos, ou até nós mesmos, fazemos, tudo em prol da “união cristã”. É claro que devemos estar espertos para todo tipo de enganação e manipulação, mas o que digo é que não devemos nos sentir melhor do que ninguém, porque, se Jesus é a verdade, nós somos seguidores da verdade, e só a encontraremos de verdade quando chegarmos ao Céu, Paraíso, Nova Existência, Pós-morte, ou seja lá como chamam o período de vida após a vida.

“Hoje enxergo pelo espelho” dizia o apóstolo Paulo, exemplificando que hoje, indiferentemente de nosso grau de instrução, revelação ou comprometimento com o Evangelho, todos padecemos de uma miopia espiritual, e dependemos de Deus para conhecer aos outros, conhecermos a nós mesmos e conhecer a Ele. “Mas um dia vou enxergar claramente”, é Paulo tentando nos dizer que um dia, quando toda a aparência cair e esse mundo passar, passaremos a compreender as coisas de Deus de forma completa. Até lá somos todos cegos caminhando pela mesma estrada, dando de cabeça na parede, revoltando-nos e sendo trazidos de volta à razão por Deus. Somos como crianças que, não importa a idade, precisamos da mão do pai para nos guiar.

Que possamos nos colocar no nosso lugar, e possamos ter a humildade de assumir nossa ignorância em relação a Deus, e assumir nossa posição de loucos, nem melhores e nem piores, dentro desse grande manicômio que é o cristianismo, todos necessitando igualmente do Médico dos Médicos.