sexta-feira, 25 de dezembro de 2009





Em meio a uma série de denúncias de intolerância religiosa, a Praia de Copacabana servirá de altar para um casamento entre uma umbandista e um evangélico num culto ecumênico unindo características das duas religiões.

O evento vai acontecer no dia 29 de dezembro, que foi oficializado pela prefeitura como a data da comemoração antecipada de Yemanjá. É que embora a oficial seja 2 de Fevereiro, no Rio tradicionalmente era reverenciada na noite de 31 de dezembro, prática que foi diminuindo com o crescimento da festa de Réveillon na orla carioca.


“Será o primeiro realizado na praia com uma união inter-religiosa. O casamento vai ser antecipado com uma carreata que parte do Mercadão de Madureira no meio da tarde percorrendo vários bairros até Copacabana. Esse é o sétimo ano que a festa de Yemanjá é realizada no dia 29″ – revela Sheila Reis – integrante do departamento de Marketing do Mercadão que está comemorando 50 anos de fundação.


Fonte: RSZD [via PAVABLOG e ADIBERJ]

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Nos dias de hoje...


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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Jesus no evangelismo


Na estória anterior deixamos Jesus cultuando o Pai em uma roda com pessoas de má índole na Rodoviária do Plano (veja em: http://filhoimperfeito.blogspot.com/2009/09/encontro-inusitado.html). Lá estava Ele, conversando com desocupados, alguns aparentemente bêbados quando chega um jovem com folhetos na mão:

- Boa tarde, posso dizer algumas palavras para vocês? – o rapaz chega tímido, estendendo a mão com um folheto em direção a Jesus.

- Boa tarde. – alguns respondem, enquanto outros começam uma conversa paralela. Jesus pega o folheto e passa para um homem ao seu lado.

- Você poderia deixar alguns desses folhetos conosco? – pergunta Jesus olhando o jovem visivelmente constrangido. – Você está com vergonha?

- Nããããããooo, eu não tenho vergonha da Palavra. Na bíblia diz que aquele que se envergonhar de Jesus diante dos homens, Ele vai se envergonhar dele diante do Pai. Eu não tenho vergonha do evangelho, por isso que saio evangelizando. – A conversa paralela aumenta, mas Jesus e 2 outros se detêm no rapaz, ainda mais constrangido ela pergunta de Jesus.

- Ah... me pareceu que você estava envergonhado. Não digo que do evangelho, mas da tarefa de abordar desconhecidos para entregar folhetos. Tudo bem... – Jesus olha fundo nos olhos do moço que desvia o olhar para o chão.

- De forma alguma senhor... é uma honra proclamar as Boas-Novas! – o rapaz continua de cabeça baixa pensando em como sair da situação constrangedora com aquele estranho.

- Que bom! É sempre gratificante encontrar alguém interessado em falar sobre as Boas-Novas do Reino. Acredito que nem todos aqui estão interessados, mas como pode ver, eu e esses 2 colegas estamos prontos para receber as novidades que você tem. Diga lá, quais as Boas-Novas? – Jesus fecha uma roda com ele, os outros 2 colegas maltrapilhos e o jovem recém chegado.

- Ééééééé, entãoooo... tá no folheto ai. Jesus morreu por todos nós para a gente ir morar com Ele no céu. Entãooooo... ai no folheto tem os detalhes, horários de culto. Se vocês puderem vão lá à igreja. Hoje mesmo tem culto da prosperidade lá. – Jesus estende a mão para receber o folheto, pois o jovem ainda não havia entregado. Nesse momento um dos colegas, até o momento calado se pronuncia.

- Pô irmão, eu sou crente sabe? Eu era da Igreja Pentecostal dos Milagres de Jesus, não tô indo, mas oro em casa, leio a bíblia sabe? Sou crente! Você tem uma ajuda ai pra me dar? To precisando muito de comer... e ai mais tarde eu vou lá para o culto.

- A minha igreja é a Igreja Internacional do Reinado do Pai, essa ai que você disse eu conheço, mas lá na nossa igreja Deus se manifesta MESMO. Se você for lá Deus vai te abençoar e tirar você dessa situação de miséria. – o rapaz se anima com o interesse do maltrapilho.

- Mas e ai, tem uma ajudinha? – ele faz uma cara de dó e coloca a mão sobre a barriga mostrando com os gestos que a fome estava grande.

- Não tenho... – antes de acabar a frase o outro retruca:

- Ué, se não funciona nem para você, eu vou lá fazer o que??? Não tem nem um trocado ai irmão?– o maltrapilho levanta a voz e se aproxima do rapaz. Jesus intervém encostando levemente a mão no peito do homem:

- Calma, fique tranquilo, eu mesmo não tenho onde reclinar minha cabeça... – o rapaz interrompe rapidamente, vendo a oportunidade de “falar sobre o Reino”:

- Então moço você tem que ir lá na igreja. Vai começar uma campanha lá de 7,77 semanas onde todos vão receber a unção de prosperidade nacional. Ai você sai da pindaíba. Paulo mesmo disse na bíblia: “Deus te chamou para ser cabeça e não cauda”!!! – Jesus olha surpreso com essa argumentação e o versículo atribuído a Paulo.

- Paulo disse isso? – olhar de Jesus não deixa o rapaz.

- Ééééé, Paulo da Bíblia, o senhor não conhece ele, mas lá na igreja o apóstolo prega, ora e as coisas acontecem. Esses dias o apóstolo comprou uma casa no Lago Sul sem nenhum dinheiro... Deus DEU PARA ELE! E ainda veio com um New Civic, aleluiasssss.

- Deus deu a ele? - Jesus olha para o céu... – e eu não tenho nem morada certa...

- É que o senhor não tem fé, por isso tá sem casa, mas vamos lá que o apóstolo vai impor as mãos sobre você para decretar a benção. A benção decretada de acordo com a palavra, Deus tem que ouvir, Ele não é homem para mentir, se tá na bíblia Deus tem que obedecer e fazer, é só decretar como está na palavra. Agora tem quer ter fé e cumprir a campanha direitinho. As coisas acontecem moço. Ôôôôôôôô glóóóóóriaassssss!!!

- É moço... – o colega faminto olha para Jesus – o rapaz tá certo. Fui um tempo na igreja e vi um monte de gente prosperar... ficar rico. Todo culto tinha um testemunho de alguém que fez a campanha e foi abençoado. Carro, casa, bens. Eu mesmo fiz a campanha, mas continuei pobre e pior, vendi o barraco lá no Jardim Ingá para semear e não recebi nada. Sou um homem de pouca fé. Não mereço ser crente... minha mulher me deixou depois que vendi o barraco. O pastor arrumou um homem de Deus para ela. Próspero. – os olhos do homem encheram de lágrimas com a lembrança, ainda doída do fracasso na fé, no relacionamento, na vida.

- Qual o seu nome? – Jesus pergunta para o novo colega.

- É Zaqueu, mas todos me chamam de Pará.

- Ééé, tem que ter fé, senão não funciona. – o jovem se emociona com a história do homem. A única explicação é a falta de fé, a culpa não é de Deus, se Deus não abençoou é porque faltou fé. – Vou indo gente, apareçam no culto depois. Pará, tenha fé... Deus vai restituir 7 vezes mais.

A roda inicial tinha dispersado ficando apenas os 2 que ouviram a “pregação do evangelista”. Jesus passou o braço pelos ombros do Pará e perguntou?

- Vocês estão com fome?

- Pô, nem me fale... véi.

Pará não respondeu e ficou cabisbaixo, perdido em pensamentos.

- E ai Pará, fome? – Jesus pergunta apertando o ombro do Pará.

- Tô não... valeu.

Mesmo com a negativa Jesus enfia a mão em na sua bolsa e retira um marmitex, entregando-o ao Pará.

- Que é isso??? – Pará fica surpreso e antes de continuar a frase Jesus retira outra e entrega ao outro faminto.

- Obrigado! – o cara olha super desconfiado para Jesus que tira um terceiro marmitex:

- Vamos comer enquanto está quente!

- De onde você tirou isso? – Pará não acreditava no que via. O marmitex estava quente...

- O Pai sempre dá o que é necessário. – Jesus finaliza tirando 3 jogos de talheres de sua bolsa.

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Quem fala através da igreja evangélica?

Me perguntei, e ainda me pergunto, se posso chamar a pluralidade de denominações, culturas, doutrinas que encontramos no Brasil de algo como “igreja evangélica”, que representaria um todo. Não, essa unidade não existe, está claro. Mas digamos que com “igreja evangélica” eu queira me referir a um sistema, uma grande produção e manutenção de discursos acerca da(s) igreja(s) evangélica(s). Estes discursos dizem respeito à verdade – no sentido de Foucault – que orienta, reprime, molda, ajusta os comportamentos e doutrinas evangélicas. Não há unidade e nem coincidência de pensamentos, é óbvio, há o embate, a exclusão, o choque de pensamentos diferentes, e é justamente isso que constitui este grande discurso, de um possível grande sistema da “igreja evangélica”.




Quem é que produz esta verdade? Quem fala através da igreja evangélica?


Estas questões talvez sejam insolúveis mesmo. Mas tudo fica mais fácil se começarmos a pensar não “quem”, mas “como” essa verdade é produzida e mantida, e o “por quê”.


A “verdade” existe para controlar, é ideológica. Serve para a manutenção de um poder. Na verdade de vários poderes, em maior ou menor grau. Poder que é exercido por todos, ou pelo menos por muitos. Exerce esse poder, proporcionado pelo estabelecimento da “verdade”, tanto o pastor, o reverendo, o sacerdote, quanto o leigo que apenas ouve e assimila estes discursos: ao reproduzi-los o leigo torna-se também portador de uma verdade espiritual, portanto diferenciado dos demais seres humanos não-espirituais.


A verdade estabelecida pelo sistema “igreja evangélica” serve para legitimar a hierarquia simbólica entre pessoas: uns mais espirituais, em maior comunhão divina, mais santidade do que outros. Essa verdade é mantida através de comportamentos: as roupas e o isolamento dos crentes (há algumas décadas), a indústria cultural gospel (hoje em dia). A diferenciação é necessária, e ela precisa ser explicitada através do comportamento, para que a verdade possa ser efetivamente bem sucedida na manutenção dos poderes espirituais conferidos diretamente por Deus aos líderes espirituais da humanidade.


Além de masturbar os egos (daqueles que se deixam iludir por um cristianismo das aparências sociais), a verdade também possui um viés econômico-político. Ela é útil porque faz a máquina funcionar, e por isso ela também é mantida. Além disso, é flexível e mutável, porque necessita sempre se ajustar ao sistema capitalista tardio que vivemos. Sem um retorno econômico-político, a verdade deixa de ser interessante, e é substituída por outra mais rentável. É por isso que as doutrinas da igreja – à semelhança de Cristo – nascem, crescem, morrem e são ressuscitadas, assentadas à direita de Deus Pai, para serem novamente descartadas e substituídas. Quem se beneficia da manutenção da verdade pela “igreja evangélica”? Muitos, e não somente líderes religiosos, mas também pessoas que nem sequer possuem vínculo com a igreja (mas possuem vínculo com quem lidera a igreja). Não são poucos os políticos não-evangélicos que são apoiados pela igreja evangélica, por associação ou afinidade com as lideranças religiosas. Claro, tudo feito em nome de Jesus e para a glória do Senhor.


A verdade gera mercado, gera cantores que cantam a verdade, músicos que tocam a verdade, poetas que declamam a verdade, apresentadores de tv que apresentam a verdade, grifes de roupa que vestem a verdade e por aí vai. A verdade é produzida e circula, nas rádios, nas televisões, nos púlpitos, nas estampas de camisetas, nos blogs, no comportamento das pessoas. Ela circula para se manter, sobrevive enquanto puder circular, e se modifica para não se tornar obsoleta.


O mais importante, e talvez mais controverso, ponto de referência da produção desse discurso – do sistema “igreja evangélica” – é a Bíblia, até mais do que o próprio Jesus Cristo. Mais do que a própria Palavra Viva, do que o próprio Verbo, porque a Bíblia é um registro, um documento, é estática, estanque, palavra que mata, espírito que vivifica. Ela pode ser torcida, tingida ideologicamente, manipulada, tudo com o respaldo divino, já que está tudo impresso, tinta no papel, palavras que o vento não leva. Ela é a base padrão, à qual sempre se recorre quando se quer produzir e manter um discurso oficial, verdadeiro, da igreja.


Quem produz essa verdade? Como a produz? Por que a produz? Como a mantém?


Perguntas complexas e respostas inatingíveis.


Mas existe outra verdade, aquela que é também o caminho e a vida; a verdade que verdadeiramente liberta; que não pode ser ensinada, mas deve ser vivida; verdade que não constitui poder e autoridade, senão a autoridade de tomar sua cruz e o poder de renunciar a própria vida; verdade que não serve para dominar, mas para romper grilhões. Essa verdade é Jesus Cristo, e creio que não é ele quem fala através da igreja evangélica.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Enquanto isso, na sabedoria religiosa...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pedras ou tijolos?


Quando se constrói uma casa hoje em dia, qual o material básico para levantar as paredes? Certamente são os tijolos. Tijolos são feitos em larga escala, obedecendo uma padronização de tamanho que facilita a construção e a torna mais rápida e eficiente. Imagine se você fosse incumbido de construir uma casa de pedras. Inicialmente deveria procurá-las, pois não são fabricadas. Depois de juntá-las seria necessário estudar onde encaixar cada uma, pois são de tamanhos e formatos diferentes e quando melhor encaixadas menos massa entre elas. Seria penoso carregar pedras grandes, trabalhoso usar as pequenas para tapar frestas; é uma obra realmente demorada!!! Muito mais rápido e prático construir com tijolos, não?

Pedro fala um pouco sobre a edificação da igreja comparando com a construção de uma casa. Fica claro a matéria-prima que o Pai usa em sua construção: pedras vivas. Os grandes empreiteiros da fé, na pressa de construir “suas igrejas” aprenderam que se constrói mais rápido com tijolos, em uma cultura onde todos pensam iguais e são treinados a terem o mesmo formato, o mesmo pensamento. Lançam métodos revolucionários de crescimento, transformam pedras em tijolos e rapidamente levantam as paredes e terminam sua obra. Se algum tijolo quebrar não tem problema; existem milhares de outros do mesmo tamanho saindo da fornada é só trocar. E olha que a troca é constante...

Mas o Pai é um Deus de diversidade! Ele fez cada um com uma característica e como pedras vivas a casa de Deus desfruta de uma diversidade santa, amável, respeitosa e principalmente em total submissão ao Pai. Cada pedra tem seu formato, seu talento e edifica todo o Corpo à medida que cresce no conhecimento de Deus e renuncia seu ego, deixando o pecado e se unindo a Cristo e a Igreja. Trabalhar com pedras é mais demorado, machuca as mãos, mas à medida que o próprio Deus, pela atuação de seu Espírito e pela edificação do próprio Corpo as une, então se estabelece a Igreja de Jesus.

Na construção com tijolos, após passar massa e pintar, cada tijolo some, não é mais visível, agora faz parte de uma organizada parede. Não tem mais como expressar o seu sacerdócio único, expressa apenas a idéia de seu construtor. Na construção de pedras cada uma tem o seu local, sua importância e apesar de fazer parte de uma grande e sólida parede continua ali, manifestando seu sacerdócio de forma única. Ao se rasgar o véu, todos fomos feitos sacerdotes do Deus vivo e pedras na construção da igreja de Jesus, sua noiva. Não se deixe enganar pelas aparências, pelas facilidades e pela velocidade; Igreja só de pedras.

"Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo." IPd.2:4
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domingo, 29 de novembro de 2009

Carta a um pedinte

Outro dia fui abordado por um homem, negro, aparentando cerca de trinta anos, mal vestido e sujo, portando uma caixa de madeira. Me pareceu uma mistura de mendigo com engraxate. Eu esperava o ônibus em uma avenida bastante movimentada, de mochila, bermuda e sandália. Havia outras pessoas no local, mais bem vestidas, com cara mais amigável. Mas aquele homem não abordou nenhuma destas pessoas, ele veio até mim.

Fico pensando que talvez fosse um anjo, se eu acreditasse em anjos. Mesmo que não tenha sido um enviado divino, devo reconhecer que era o próprio Cristo, afinal o evangelho registra as palavras Dele quando diz que o que fizermos ao menor de seus irmãos, estaremos fazendo ao próprio Cristo (Mt 25:40).

O homem, ou anjo, o próprio Cristo, veio falar comigo, e me suplicou DEZ CENTAVOS, porque queria COMPLETAR UM REAL pra comprar um copo de salada de frutas. Ele dizia que a fome dói, e ensaiava um choro forçado. É claro que eu tinha dez centavos, e na verdade eu devia ter cerca de oitenta, noventa reais na carteira (o que não é muito comum). Eu poderia ter dado aquele homem uma nota de dez, uma de cinquenta, ou até mesmo tudo que eu tinha, que provavelmente não me faria tanta falta.

No entanto, sem titubear eu acenei com a cabeça, e disse a ele que arranjaria o dinheiro sim, então puxei a carteira e meti meus dedos na parte das moedas, e puxei de lá todas as moedas que tinha: uma de vinte e cinco e outra de dez centavos. TRINTA E CINCO CENTAVOS, e entreguei para ele. O homem ficou muito feliz, e provavelmente achou até que havia recebido muito, e que eu era um jovem generoso.

No mesmo momento em que ele disse “Deus abençoe” e virou de costas, pensei que poderia ter dado a ele pelo menos uma nota de dois reais. Mas permaneci estático, esperando o ônibus. O ônibus, porra, o ônibus, eu precisava sair dali o quanto antes. Logo depois o homem passou de volta, com seu copo de salada de frutas na mão. Sorrindo, olhou pra mim e agradeceu mais uma vez. Acenei com a cabeça, derrotado, corrompido.

Sei que talvez você nem saiba ler, irmão. É provável que seu lar seja um papelão em uma calçada do centro da cidade, e que você morra sem nunca ter tocado em um computador. Mas te escrevo esse pedido de desculpas, porque eu preciso exorcizar essa culpa de dentro de mim. Essa carta não é só para você, é para mim, é para todos, é para Deus.

Me perdoa, porque tiveste fome e não te alimentei, tiveste sede e não te dei de beber, estavas nu e eu não te vesti, eras estrangeiro e não te hospedei, estavas doente e não te visitei, estavas na prisão e não fui te ver. Preguei a tua palavra, Senhor, me fiz de doutor da lei, aparentei te conhecer, mas tudo isso foi levado pelo vento, e tudo secou como a erva do campo, porque me deixei contaminar e me conformei à maldade do mundo.

Esses trinta e cinco centavos talvez tenham saciado a tua fome naquele momento, mas em mim fizeram exatamente o inverso: me fizeram sentir um fome insaciável de Deus, porque percebi que tenho andado distante do seu amor, imerso na minha autosuficiência.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Peça sua franquia já...

Mulheres Sacerdotes, por que não?

Um movimento subterrâneo luta pela igualdade da mulher na Igreja
José Luis Barbería (El País - Espanha)

"Em nome da Mãe, da Filha e da Espírito Santo. Deusa nossa, acolhe a nós, cristãs... Mãe nossa que estás no céu..." As teólogas feministas nos propõem inverter, subverter a linguagem de gênero da liturgia católica para que comprovemos a apropriação masculina da própria idéia de Deus realizada através dos séculos. Pensam que, de tanto representar o Altíssimo com figuras masculinas e de excluir a mulher dos estamentos do poder religioso, as hierarquias católicas acabaram "violando a imagem de Deus nas mulheres", apagando a parte feminina do Supremo Criador.

Poucas imagens podem ser tão obscenas em nossas sociedades católicas quanto a exposição pública de uma mulher nua pregada na cruz. E poucas coisas irritam tanto o Vaticano quanto o questionamento do papel atribuído à mulher na Igreja. "A ordenação das mulheres é o primeiro passo para recomeçar a comunidade de iguais que Jesus queria. A Igreja se empobrece clamorosamente pela carência de uma contribuição feminina mais plena e responsável", indica a freira María José Arana, antiga pároca da Congregação do Sagrado Coração, doutora em história e autora do livro "Mulheres Sacerdotes, Por Que Não?"


Há uma revolta feminista que é travada surdamente há décadas nas catacumbas da Igreja oficial, uma rebelião seguida clandestinamente em não poucos conventos, que o Monitum (advertência canônica oficial) editado há seis anos pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé (antiga Inquisição) e hoje papa, Joseph Ratzinger, não conseguiu silenciar nem as posteriores ameaças de excomungar quem participasse da ordenação de mulheres. A democratização-feminilização modificaria sem dúvida a visão interior e exterior da Igreja e desbarataria a trama vertical do poder: bispo, cardeal, sumo pontífice, de forma que a eleição do papa, ou papisa, não mais caberia apenas aos 118 homens purpurados cardinalícios reunidos em conclave.

Não é preciso ser mulher e crente para constatar que as pregações e litanias, os cânticos e as preces que os fiéis católicos elevam ao céu surgem majoritariamente de gargantas femininas; que são as mãos de mulheres que cuidam da limpeza e do funcionamento dos templos: desde as flores e as toalhas dos altares até o ar-condicionado, passando pela coleta das esmolas e o cuidado dos hábitos sacerdotais. O que aconteceria se, como propõem algumas teólogas feministas, as mulheres decidissem não ir às igrejas até que se reconhecesse sua igualdade? Um olhar para as igrejas espanholas, transformadas em lares espirituais para a terceira idade, comprova essa avassaladora presença feminina.

Andrés Muñoz é um dos 8 mil sacerdotes, 22% do total, que vivem hoje na Espanha casados ou convivendo em casal. Tem 27 anos de casamento com Teresa Cortés, a mulher que hoje preside o Movimento para o Celibato Opcional (Moceop). Eles têm um filho de 25. "O mal não reconhecido da Igreja Católica é o autoritarismo, a falta de democracia interna e a rejeição à liberdade de pensamento", afirma. Sua mulher está convencida de que o celibato obrigatório é, antes de mais nada, um instrumento para o controle dos sacerdotes. Essa senhora de rosto suave e expressão decidida - "filha do inferno", a chamaram os membros de um programa de rádio -, pensa que a humanidade e as religiões contraíram uma grande dívida histórica com a mulher.

A aceitação do sacerdócio e do bispado feminino entre os protestantes e anglicanos deixa a Igreja Católica diante da pergunta de até quando poderá continuar ignorando o fato da emancipação feminina e da igualdade dos sexos. De quanto tempo vai precisar para mudar o olhar que os santos padres, desde santo Agostinho a santo Tomás, atiraram sobre a mulher, esse ser que, assim como Aristóteles, julgaram inferior, submisso, de natureza "defeituosa", incompleta, "imbecilitas", impura? Quanto ainda vão demorar para livrar a mulher do sentimento de culpa por ter entregado a maçã a Adão, para libertar-se inteiramente dos preconceitos que proibiam as mulheres de entrar nos tempos durante seus períodos de menstruação, ou simplesmente de tocar nos vasos sagrados? O machismo da sociedade também tem suas raízes na cultura cristã e continua vigente na idéia, exposta na primeira encíclica do papa Bento 16, de que a mulher foi criada por Deus "como ajuda do homem".

Do ponto de vista teológico, porém, não há um empecilho dogmático que proíba o celibato opcional ou a ordenação da mulher. De fato, os apóstolos eram casados e parece igualmente comprovado que na Igreja primitiva houve diaconisas e presbíteras, mulheres consagradas. As historiadoras religiosas se empenham em obter argumentos para demonstrar que a teórica impossibilidade de ordená-las sacerdotes não é uma verdade revelada, mas sim, como ocorre no islamismo e no judaísmo, produto da interpretação masculina da história ao longo de séculos de marginalização social da mulher.

A esta altura, no entanto, os subterfúgios dialéticos encontram já cansadas muitas dessas católicas que exigem que a hierarquia seja coerente com a igualdade. Sua mensagem é que a Igreja Católica perderá as mulheres, como já perdeu os intelectuais e os operários. Elas, que são as que amam a Deus em maior número, já não aceitam que o sexo masculino atribuído ao Supremo Criador sirva para perpetuar a servidão e a submissão secular da mulher. É que, a não ser que se insulte a condição feminina, não há resposta justificada possível para a pergunta: "Mulheres sacerdotes, por que não?"


(com El Pais)


Mas, se a desobediência de uma mulher resultou na queda da raça humana, não nos esqueçamos que foi a obediência de uma mulher que resultou na redenção da raça.

Deus escolheu uma mulher como instrumento para a redenção, o perdão e a salvação eterna. Uma mulher ficou sendo o meio de trazer alegria, paz, amor, consolo e realização à raça humana (Lc. 01:26-38).

Maria Madalena, uma mulher de negócios – mas que chegou até Jesus e foi liberta por Ele – tornou-se sua seguidora, veio a Ele dar apoio, ajudava-O nos assuntos financeiros, estava presente ao lado da cruz, ajudou a preparar o corpo de Cristo para o sepultamento, estava presente quando Jesus ressuscitou, foi visitada por Ele, recebeu o seu recado e o transmitiu aos Apóstolos, recebeu a plenitude do Espírito Santo no dia de Pentecostes e, obviamente, era mensageira e testemunha ungida de Jesus Cristo na igreja primitiva.

Maria Madalena tivera uma vida conturabada. Jesus a libertou , a fim de que Ela pudesse ter vida real eterna e abundante.

Jesus liberta dos maus hábitos que contaminam o corpo, a mente e o espírito, e nos leva a desenvolver hábitos que ajudam a nos limpar e purificar, bem como a outras pessoas.

Quando Jesus se torna Senhor da sua vida, você mulher, consegue fazer todas as coisas que Deus manda quando fala ao seu coração. O que há de ruim na sua vida será sufocado pelo bem que Deus faz crescer em você, mediante a sua nova vida.

Quando Jesus veio, raiou um novo dia para as mulheres e para os homens igualmente. Temos liberdade! Já não somos escravos, já não estamos amarradas. Fomos libertadas.


segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Enquanto isso, em algum outdoor...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Cristoteca


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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Medidor de bondade

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Marcha para Jesus em S.Paulo, 02 de novembro de 2009. - AONDE CHEGAMOS?

É, até as alas mais antigas da igreja estão preocupadas com a Marcha Para Jesus.


Resta apenas saber se a indignação deles é genuína, ou se estão assim porque não foram chamados pra festinha...

De qualquer forma, gostei muito do artigo.

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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

†† PELA CRUZ, PELO SANGUE, PELO ESPIRITO ††


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Não militarei em nada além da loucura da cruz. Todas as ideologias que valem a pena serem defendidas tenho como perda para concentrar-me na única militância que é eterna e capaz de transformar o homem, a sociedade e minha vida: a cruz de Cristo. Não irei morrer pelo evangelho; já morri!

"Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, " Fp.3:7-8

Filho Imperfeito: http://filhoimperfeito.blogspot.com

Reciclar é preciso!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

É possível?




Um dos anseios de toda uma geração (ou gerações) de cristãos descontentes com a igreja-instituição tem sido o de retorno ao cristianismo primitivo. É preciso perguntar se esta é uma atitude possível, e é óbvio que não tenho resposta alguma. Nem pretendo ter, ou elaborar qualquer tipo de fórmula mágica aqui neste texto. Só pretendo questionar certos aspectos desse anseio por um retorno ao cristianismo primitivo.


1) Existiu um cristianismo primitivo? Ou esta é apenas uma teorização que fizemos, criando um estágio ideal para a Igreja? Quando digo “fizemos”, não me refiro somente a nós, mas aos próprios apóstolos e escritores dos evangelhos, que podem muito bem ter idealizado aquele tipo de cristianismo na própria imagem que faziam de si, sem que ela fosse necessariamente “verdadeira”. Mas suponhamos – e eu realmente creio nisso – que o cristianismo dos dois primeiros séculos, aquele que era perseguido, comunal, fraterno, flexível e guiado pelo Espírito Santo realmente existiu, com acertos e falhas, claro, mas que prova que em determinado contexto foi possível a concretização desta forma de cristianismo. Então poderemos passar a uma segunda pergunta.


2) É possível retornar a algo do qual não viemos? Pergunto isto porque, em tese, a igreja-instituição, com os seus mecanismos de poder e seus ajustes a modelos econômicos, existe praticamente desde Constantino, lá no começo do mundo. Mesmo o mais velho dentre todos os cristãos vivos no planeta provavelmente nunca experimentou o cristianismo primitivo (talvez muitos tenham experimentado coisas semelhantes, mas isto é outro caso). Se nunca fomos “cristãos primitivos”, como poderemos retornar a este estado? Saberemos realmente que chegamos a um modelo satisfatório de cristianismo?


3) Se não sabemos exatamente para o quê estamos retornando, é possível que nosso destino não seja o previsto? O que quero dizer com este questionamento é que talvez nós acabemos “retornando” para um outro modelo qualquer, que não seja necessariamente o cristianismo primitivo. Nesse percurso, podemos chegar a um destino tão satisfatório quanto o desejado, ou então chegar a um destino tão insatisfatório quanto o ponto de partida (a igreja-instituição). Talvez, em nossa busca por algo que sequer conhecemos, simplesmente se modifique a estrutura, mas continue se mantendo uma igreja dogmática, intransigente, individualista e rígida. Um exemplo claro é a própria reforma protestante, que todos conhecemos muito bem em suas falhas (mas também em seus acertos).


4) É possível retornar, pura e simplesmente? Já que praticamente tudo (talvez somente Deus permaneça o mesmo) é diferente entre a época de Cristo e a nossa – é outra cultura, outro lugar, outros homens, outra imagem que temos de Cristo, outras tecnologias, outro sistema econômico, outro planeta (na verdade o mesmo planeta, mas alterado em suas características) etc. Então como supor um retorno? Não é mais simples supor um avanço (não necessariamente melhor, mas um avanço para algo novo)? Creio que, para retornar ao espírito do cristianismo primitivo, primeiro temos que lidar com nosso próprio meio.


5) Uma última pergunta (tentei fazer sete questionamentos, para evocar uma espiritualidade neopentecostal, mas não consegui!): é necessário que o cristianismo atual (igreja-instituição) morra, para surgir um cristianismo novo (mais próximo do modelo Jesus Cristo)? Quando leio o novo testamento, não me parece que o cristianismo primitivo tenha sufocado o judaísmo, muito menos que o tenha matado. Me parece sim, que o ensinamento de Cristo subvertia toda religiosidade judaica, criando nos próprios judeus uma nova dimensão de vida, uma nova forma de pensar. Talvez quando pararmos de propor um retorno, e de fato experimentarmos o ensinamento de Cristo na prática, toda religiosidade cristã será subvertida, e a igreja-instituição vai perder a importância, assim como o judaísmo deixou de estar em primeiro plano na vida dos judeus convertidos naquela igreja primitiva (tanto é que eles abandonaram de vez o ranço separatista de povo escolhido, misturando-se aos gentios, pagãos etc. Mas isto pode ser somente consequência do imperialismo romano)...




Deixo agora de fazer questionamentos ou opiniões, e tomo a ousadia de partir para uma afirmação poética (sem qualquer fundamento ou valor, é bom que fique claro!):


A instituição não é o inimigo. A instituição é como uma pele velha, que já não se ajusta ao corpo da cobra, e por isso vai sendo abandonada gradualmente, repelida pelo animal. O processo pode ser demorado e dolorido, mas é necessário que se faça a troca, para que o animal sobreviva. Mais tarde, esta pele que agora é nova também vai tornar-se velha e obsoleta. Mas por enquanto é o melhor que temos, e não podemos deixar de usá-la, nem deixar de lutar e sofrer por ela.



Minha oração



Pai, me livra do desejo usar sua igreja para suprir minhas carências
Livra-me Pai de querer ser alguém, de relacionar com base em minhas necessidades
Livra-me da síndrome das multidões, de querer juntas pessoas sem me importar com elas
Pai, livra-me do desejo de manipular massas, de ser o centro das atenções
E acima de tudo Pai, livra-me da arrogância de pensar que eu faço a sua obra.

Que sua vida em mim me inspire a viver como Jesus viveu
Que cada pessoa que cruzar meu caminho eu lembre que é única e amada por ti
Que o seu Espírito faça a obra em mim e através de mim, pois para isso Ele foi enviado
Que cada pessoa que me buscar eu possa levá-la aos teus pés para que tenham vida
E que eu lembre que o teu Reino está dentro de mim e não no que eu faço

Eu sei Pai, que não importa onde estou, nem o que faço, sou teu filho
Então te peço que em cada falha você me tome pela mão
Leve-me de volta ao caminho que seu Filho andou, caminho de obediência e serviço
Ajude-me a entender que até minhas boas obras não servem, se não forem em ti
Eu quero te agradar Pai, sempre e acima de qualquer outro.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

deus Ateista

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Depois de ver alguns relatos de pessoas que afirmam que Deus é criador de tudo, afirmando veemente que todas as coisas que existem nesse mundo são santas e sagradas, e tudo que existe nesse mundo deve ser usado para adorar a Deus, porque Ele tudo criou, Ele tudo fez. E bla bla...então, resolvi escrever e explorar sobre a criação, já que eu estava a estudar sobre Gênesis mesmo.

Vamos entender o porquê os patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó), os Apóstolos e o até o próprio Jesus diziam que Deus é criador de tudo. Para isso precisamos entender Genesis, onde tudo começa, o principio...Gênesis 1:1-2:

Os céus e a terra foram criados por Deus "no princípio" (Gênesis 1:1). Sendo este o caso, então o que existia antes do princípio? A única resposta é: Deus! O Criador, necessariamente, deve existir antes de sua criação. Deus é um ser eterno. Durante 6 dias Deus criou, o mundo com a Sua Palavra. A Bíblia diz em Salmos 33:6, 9 “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca. Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe em tesouros os abismos. Tema ao Senhor a terra toda; temam-no todos os moradores do mundo. Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e logo tudo apareceu.”

O Termo usado em hebraico para criação de Deus é hara, esse termo apenas destinado para coisas que Deus criou, e é em Genesis que vemos esse termo aplicado para sua criação.

Qual foi o propósito de Deus em criar a Terra? A Bíblia diz em Isaías 45:18 “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu, não a criando para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.” Foi exatamente para ser um lar, um lugar habitado, para se morar, e precisava de alguém para habitar o mundo, o homem, ok...

Diz a Biblia em Gênesis 1:27 “Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”

A que posição foi o homem destinado por Deus? A Bíblia diz em Gênesis 1:26 “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.” Salmos 8:3-6 “

Bom pra que fique claro, durante a criação, tudo que foi criado por Deus é a ele destinado o titulo de criador, criador de todo mundo e de todas as coisas que nele há (até aquele exato momento), após isso podemos ver (na parte em negrito acima) que Deus deu ao homem PODER sobre sua criação...

Onde eu quero chegar...

Que Deus deu ao homem o poder, a ciência, o dom de criar as músicas... Quer que eu desenhe?

Seria Deus criador da pólvora?

Seria Deus criador AK-47?

Seria Deus criador da bomba de Hiroshima?

Seria Deus criador do voto secreto no Senado?

É totalmente errado se referir que Deus é criador de tudo, é herético e infantil, chega a ser blasfêmia.

Tudo que se encontrava dentro dos 6 dias da criação, são sim criação de Deus, assim como o homem...E ao homem ele deu poder sobre tudo que esta na terra...Sendo assim não podemos usar sem conhecimento "sagradas escrituras" para defender no que acreditamos...

Não ouvir musica secular, ou do mundo, como dizem, é mais uma das leis de cerca criadas pelos homens...Talvez seja um do melhores marketings pra se vender a tal da musica gospel, que por muitos é citada como CRIAÇÃO de Deus...

E disse Deus, Haja Luz, Haja o Gospel, Haja o Uiati Metal, Haja o PunkdeCristo, Haja Hardcore de crente...Haja paciência pra tanta baboseira gospel...

V7



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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Enquanto isso, na terra dos nazicrentes...

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Deus e o diabo



Não existe, nunca existiu e nem existirá uma luta épica entre Deus e o diabo. Satanáz sempre soube sua posição de submissão diante de Deus Pai e em nenhum momento enfrenta de frente sua autoridade e poder. Basta vermos o desespero dos demônios ao encontrarem Jesus: "Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?" Mt.8:29.

A equação é simples: só existem trevas onde falta luz; na mínima incidência de iluminação as trevas não permanecem. Portanto o importante não é a quantidade de demônios que achamos que está perto de nós, nos outros, ou em alguns lugares, mas sim a quantidade da graça do Pai que há em nós. Onde há luz... as trevas não permanecem, onde não há, o que acontece?

"Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, Que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos." Ef.1:20-23

Filho Imperfeito: http://filhoimperfeito.blogspot.com/2009/09/deus-e-o-diabo.html

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Enquanto isso, na civilização de anticristos....



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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bem x Mal (ou seria Bem + Mal?)

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Não sei porque, mas hoje de manhã vim pro serviço pensando na mitologia criada pelo cineasta americano George Lucas “Star Wars” (conhecido pelos mais velhos simplesmente como Guerra nas Estrelas).

Para quem não tem muita familiaridade com o tema, Star Wars diz respeito a uma série de filmes, desenhos animados, livros, revistas em quadrinhos, jogos de videogame (sim, tudo se interliga e se completa de certa forma) de uma espécie de gênero que poderia ser chamado de “fantasia espacial” em que mundos se dividem entre Império Galático e resistência rebelde, onde o Império é dominado pelas forças do “lado negro” (ou “lado escuro”, na nova tradução politicamente correta de “dark side”) e a resistência rebelde tenta restaurar a ordem da República Galática de antes de o Império dominar o Universo.

Há um combustível que supre os guerreiros, seres, enfim, todos os personagens do universo Star Wars: a Força. Segundo o personagem Obi Wan Kenobi, a força é “um campo de energia criado por tudo o que vive. Rodeia-nos, penetra-nos e une a galáxia. Tanto os mocinhos (Jedis) como os bandidos (Siths) procuram atingir um patamar superior de existência, mas ambos tem filosofias bem distintas para tal:

Filosofia Jedi

“There is no emotion, there is peace.” - Não existe emoção, existe paz.

“There is no ignorance, there is knowledge.” - Não existe ignorância, existe conhecimento.

“There is no passion, there is serenity.” - Não existe paixão, existe serenidade.

“There is no death, there is the Force.” - Não existe morte, existe a Força.

Filosofia Sith:

“Peace is a lie, there is only passion.” - Paz é uma mentira, só existe paixão.

“Through passion, I gain strength.” - Através da paixão, ganho Força.

“Through strength, I gain power.” - Através da Força, ganho poder.

“Through power, I gain victory.” - Através do poder, atinjo a vitória.

“Through victory, my chains are broken.” - Através da vitória, as minhas correntes são quebradas.

“The Force shall free me.” - Assim, a Força me libertará.

Podemos ver que ambos os lados são atraídos pela mesma energia imanente, e essa energia pode transformar um homem tanto em mal como em bom. É possível observar também que ao filosofia “sombria” (dos Siths) é uma corruptela, ou um exagero, da filosofia “iluminada” (dos Jedis). Logo, o que é razão e temperança no lado luminoso, é um exagero e uma perversão do lado negro. Procuram o mesmo fim, mas com meio diferentes: o bem-estar.

Ora, no mundo “normal” acontece a mesma coisa.

Sempre estamos procurando por algo que nos satisfaça, que nos dê bem-estar, a nós e àqueles que estão conosco. Porém, como na série de George Lucas, as pessoas escolhem formas diferentes de alcançar seus objetivos, e acabam até mesmo pervertendo, do ponto de vista do cristianismo, o resultado de suas buscas.

Assim podemos analisar, por exemplo, os pecados humanos. Para se ter um parâmetro possível de comparação, vou usar a lista de 7 pecados capitais segundo S. Tomás de Aquino. É óbvio que nossos pecados não se resumem a 7, mas eu acho essa “matriz de pecados” interessante por ser bem abrangente, podendo se desdobrar em quase todos os demais pecados. Os sete pecados são os seguintes:

Vaidade;
Inveja;
Ira;
Preguiça;
Avareza;
Gula;
Luxúria.

A partir da análise dos 7 pecados, é possível concluir que eles são deturpações das necessidades do ser humano. Assim, a Vaidade seria um exagero da necessidade de bem-estar físico. Paulo diz que devemos cuidar do nosso corpo, que é o templo do Espírito Santo, mas quando passamos a dar mais importância ao nosso corpo do que às demais pessoas ou coisas da vida, passamos a se egoístas. A Inveja seria uma desejo exagerado de ter as coisas, fazendo-nos cobiçar aquilo que não é nosso e sentir raiva de quem tem aquilo. A Ira acontece quando deixamos as magoas tomarem conta do nosso coração. Nesse caso, porém gostaria de fazer uma ressalva: essa “Ira” seria uma raiva exagerada que nos leva a pecar contra os outros. Jesus mesmo disse: “Irai e não pequeis, não deixeis que o Sol se ponha sobre a vossa ira”, ou seja, muitas vezes ficamos nervosos, mas não podemos deixar aquilo corroer nosso corpo como um câncer: é resolver os problemas e nunca deixar para depois aquela “treta” de agora.

Continuando, a Preguiça seria um exagero da necessidade de descansar; a Avareza está ligada ao nosso desejo de ter sem precisar: somos levados a poupar e a sempre querer mais sem muitas vezes necessitar disso, e colocamos nossa confiança no dinheiro, o que é perigoso; a Gula é a perversão da necessidade de se alimentar; e por último a Luxúria, que é a perversão da necessidade do prazer físico.

Mas o que isso tem a ver com Star Wars, Jedis, Sith, bem e mal, Deus e o Diabo?

Bem, como disse, vim pensando em todas essas coisas no caminho para o serviço. Cheguei à conclusão que Deus e o Diabo, o Bem e o Mal, não estão tão em lados opostos, não assim, metodicamente um puxando para um lado e ou outro para o outro lado, como que num cabo de guerra transcendental. Os dois, na verdade, puxam o ser humano para o mesmo lado, o lado da satisfação e da ascensão. Porém, como entre Jedis e Sith, o Lado Iluminado e o Lado Negro, Deus estaria nos ensinando a sermos elevados pelo caminho da temperança, mas o Diabo estaria nos levando a acreditar que a satisfação está na satisfação mais que plena das nossas necessidades.

Isso fica muito claro quando observamos que cada vez mais pessoas hoje em dia estão cada vez mais egoísta e doentes por procurarem a satisfação e a alegria. Cada vez mais temos pessoas mesquinhas, depressivas, fisicamente doentes por buscarem ter mais do que necessitam, ou por irem muito rapidamente atrás daquilo que almejam. E esse tipo de coisa não acontece só no que os cristãos chamam de “mundo”: dentro da Igreja vemos cada vez mais pessoas passando para o Lado Negro da Força por buscarem de forma desenfreada a elevação espiritual. São pessoas doentes espiritualmente, exageradas na forma de louvar, de se expressar, e que mais cedo ou mais tarde se tornam malucos e morrem por não terem tido o bom senso de buscarem tudo ao seu tempo, seja por sua própria vontade ou pela falta de instrução.

E isso não é apenas no nível espiritual. Podemos ver isso no que diz respeito ao material nas Igrejas: pastores que começaram com a maior das boas vontades, e que recolhiam dinheiro “para a obra”, mas que hoje são crápulas e ladrões.

Assim como é impossível perceber o momento exato em que o dia começa a escurecer e é muito difícil dizer quantas gotas de água faltam para transbordar um copo, também é muito difícil dizer quando estamos passando do limite, passando da plenitude iluminada para o exagero negro em nossas vidas.

O Mal seduz. Assim como os Jedis de Star Wars, temos que vigiar sempre, nos controlando para que a Força que há em nós não faça com que passemos de luz às trevas como num piscar de olhos.

 

Para quem quiser saber mais sobre o mundo de Star Wars:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Wars

Para quem quiser saber mais sobre os Sete Pecados Capitais:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_sete_pecados_capitais

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ave Maria, A Transgressora


Olá.

Vim aqui só pra escrever algumas palavras. Nada muito comprido, não.

Ontem foi Dia das Crianças. Também foi o dia em que os católicos comemoram o aparecimento da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Queria aproveitar a data para falar sobre Maria, a mulher que inspirou a imagem que muitos adoram como se tivesse poderes mágicos, mas que, na verdade, é uma lembrança, como um retrato, de uma grande mulher.

Nesses dias pensei sobre a vida de Maria, e como ela foi subversiva desde o início de seu ministério (que, acho, começou quando ela foi visitada pelo anjo).

Não só ela foi uma subversiva por ter carregado o filho de Deus em seu ventre, passando pelas adversidades de uma gravidez fora dos padrões do casamento, enfrentando seus vizinhos e parentes e até alguma desconfiança que possa ter vindo da parte de seu marido, mas também foi subversiva por acreditar que seu filho seria o salvador do mundo, por ter confiado e o obedecido.

Diferentemente da maioria dos protestantes, quando leio a passagem das bodas de Caná, quando Jesus aparentemente é grosso com sua mãe (pelo menos é essa a impressão que as traduções me passam), Maria não estava sendo intransigente recebendo uma bronca de seu filho, mas estava é querendo ver as coisas resolvidas. Ela foi ousada, e tentou algo que ninguém ainda tinha tentado: pedir algo a Jesus. Nesse momento ela foi intransigente e subversiva como mãe, mulher e cristã.

Que possamos seguir seu exemplo, assim como seguimos os exemplos de Paulo, Pedro, Tiago, André e os demais apóstolos, e tenhamos a vontade de ver a transformação das situações, da água sem gosto para o vinho da alegria de Deus, e não ficarmos com medo das respostas atravessadas que possam nos dar, sejam respostas vindas de amigos, colegas de trabalho ou de nossos próprios familiares.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tempestade


A sabedoria da tempestade não está em aprender como evitá-la, mas sim em aprender como dançar na chuva.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Paralelas

Alguns paralelos traçados entre as manifestações do catolicismo popular e do pentecostalismo (e por que não protestantismo?) contemporâneo.

Resido em Ananindeua, município da região metropolitana de Belém (Pará). Norte do Brasil, fundada em 1616, Belém é uma cidade marcada pelo catolicismo – como quase todas as cidades históricas do Brasil. Uma das manifestações locais da fé católica é o Círio de Nazaré – procissão que remonta ao ano de 1793 e que atualmente envolve cerca de dois milhões de pessoas (romeiros). A procissão percorre alguns quilômetros do centro de Belém, anualmente, no segundo domingo de outubro. É um evento já incorporado à cultura do estado e do povo, onde se misturam fé, economia, mídia, política, audiovisual etc. O evento foi registrado pelo IPHAN, em 2004, como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial.


Mas existem alguns pontos interessantes, nos quais posso traçar um paralelo às práticas da religiosidade evangélica. Duas religiões (ainda que sob o mesmo rótulo de cristãs) antagônicas, que se negam mutuamente, mas que não diferem tanto assim em certos pontos.

1. Um primeiro ponto, por ser o mais óbvio, é a espetacularização do sentimento religioso. O Círio de Nazaré é um evento televisionado pelos principais canais do Pará, e até em outros estados. A repercussão é nacional, e a grandeza do espetáculo faz com que o mesmo ultrapasse as fronteiras da religião, misturando-se a economia, política, cultura etc., como já afirmei acima. Se compararmos aos megaeventos gospel, aos cultos televisionados, às marchas e arrastões para Jesus, veremos que estes não se diferenciam muito da procissão católica, no que tange a transformação do acontecimento religioso em espetáculo sociocultural. A religiosidade vaza do seu para outros círculos sociais, principalmente através dos meios tecnológicos da informação proporcionados atualmente (televisão, internet, propaganda, dentre outros).


2. Outro ponto que levanto, já tecendo um juízo de valor, é a noção de sacrifício implícita a ambas as religiões. Na procissão católica existem promessas, que devem ser cumpridas durante a procissão em troca de pedidos realizados pela Virgem de Nazaré. É comum romeiros percorrerem o trajeto de joelhos, levando réplicas de casa, barcos, partes do corpo, conforme a benção recebida. Nas igrejas evangélicas os votos são cumpridos de maneira semelhante: sacrifícios financeiros, de tempo, físicos, emocionais... A grande diferença é até irônica: enquanto os católicos sacrificam por ter recebido, os evangélicos sacrificam para receber; só muda a forma de pagamento, mas a religiosidade consumista prevalece. Há também uma questão evidente: é importante sacrificar algo em agradecimento a Deus, e este sacrifício é sempre validado pelo coletivo. Os fiéis são condicionados a manifestar seu sacrifício publicamente. Apesar de Deus estar em todos os lugares, ainda é necessário pagar suas promessas ou cumprir suas alianças na frente das câmeras, das multidões, dos olhares, do coletivo. Por isso não faz tanto sentido percorrer o trajeto do círio – em cumprimento de uma promessa – no mês de setembro; ou fazer de forma anônima uma oferta de sacrifício (dedicando tempo ou dinheiro) para uma instituição de caridade, e não em um culto sob a vigilância eclesiástica.


3. O terceiro ponto está intimamente vinculado ao anterior: o estabelecimento do sagrado nestas manifestações. O caráter do sagrado, separado, santo, pressupõe a mediação entre o ser humano comum e Deus, criando níveis de importância, e consequentemente hierarquias eclesiásticas. No Círio de Nazaré existe a imagem da santa, ao redor da qual se constrói a procissão. A corda que é utilizada para puxar a berlinda com a imagem, inclusive, é fracionada pelos romeiros à golpes de faca: cada um quer levar um pedacinho da corda sagrada como amuleto espiritual. Há também as pessoas que ocupam cargos eclesiásticos: bispos, arcebispos, padres etc., mas sem dúvida estas não são tão revestidas do caráter de sagrado do que as do meio evangélico (pastores, obreiros, reverendos e outros). Apesar da iconoclastia, no meio evangélico também existem objetos sagrados – mas sem a força que é vista no catolicismo – como os amuletos (pulseiras, prospectos, miniaturas e tudo o mais que a criatividade permitir) distribuídos nos cultos e campanhas. Essa noção do sagrado, e de mediação, é um dos motores necessários para a institucionalização da religião. É preciso acreditar em objetos, entidades ou pessoas melhores do que nós (porque mais próximos de Deus), para que a religião formal se estabeleça – com toda a dogmática que lhe é peculiar – e para que as experiências coletivas (dentre as quais o sacrifício em público) façam sentido.


4. Por fim, gostaria de questionar o caráter eventual destas manifestações religiosas. É importante perceber como estas experiências se dão de forma pontual: são acontecimentos, eventos, delimitações espaço-temporais reservadas para a comunhão com Deus. Em ambas as religiões é notório como a concepção de comunhão pessoal e cotidiana é substituída pela comunhão esporádica, programada e coletiva. A atitude de fé não mais requer uma transformação de vida constante e evolutiva (como Cristo tentou ensinar), mas sim uma participação espetacularizada e momentânea. Quanto mais gente reunida, melhor, maior ainda será a demonstração do poder de Deus. E eis um paradoxo: ao substituir a comunhão pessoal e constante por uma coletiva e momentânea, as religiões acabam invertendo as prioridades da fé: servir ao próximo deixa de ser importante, e dá lugar a um individualismo exacerbado. As grandes multidões propiciam isso: todos ali amam o ilustre desconhecido ao seu lado (reunidos debaixo da mesma bandeira), mas estão mesmo é preocupados com seus próprios problemas e interesses. Celebração do eu, grave desvio do mutualismo cristão. Não há mais um eixo que una os cristãos sob o mesmo objetivo, mas sim uma fragmentação de interesses diversos reunidos em uma mesma coletividade diluída.

Estes questionamentos que fiz, de certa forma até mesmo parciais e subjetivos (admito), tem a intenção de apontar como as características da nossa contemporaneidade (individualismo, espetacularização, diluição dos limites) refletem nas manifestações religiosas, traçando paralelos até mesmo entre expressões opostas, como o catolicismo popular e o pentecostalismo contemporâneo.

De certa forma é preciso ter coragem e força para romper com os moldes que nos são impostos pela religiosidade, e conseguir situar-se nos interstícios, nas brechas do sistema. Portanto, se você que me lê se propõe a ser igreja alternativa, mas identifica-se com a maior parte das questões aqui apontadas, sinta-se decepcionado: sua expressão de fé pode ser mais tradicional e institucionalizada do que você imagina.