Nosso tempo é marcado pela insegurança e pela incerteza. A violência nos é apresentada, a cada dia, com novos coloridos e contornos. É a violência nas ruas, nos lares e nos estádios. Sofremos, a cada minuto, agressões de todos os tipos e naturezas. Agressões físicas, morais, espirituais.
Somos agredidos na nossa liberdade. Nossa intimidade é invadida e vasculhada pela televisão agressora. A unidade da família é ameaçada pela sociedade capitalista que nos leva ao consumismo, obrigando cada membro da família a auxiliar na busca do sustento e da sobrevivência. A distribuição injusta das riquezas, com poucos tendo muito e muitos não tendo nada, violenta a dignidade do mais pobre, que se vê só, abandonado e sem proteção. A criança, mesmo tendo recebido um “ano internacional” só para ela, continua ainda sua via crucis. Ela é agredida na sua formação. A delinquência juvenil cresce. As crianças abandonadas se multiplicam. Febem, Cetrem, albergues e abrigos não comportam a demanda dos que deles dependem. Os que são recebidos por esses órgãos são tratados com descaso e desamor.
A criminalidade e a marginalidade crescem assustadoramente. Uma em cada dez pessoas sofre algum tipo de violência diariamente em São Paulo. A natureza é violentada e na guerra ecológica está sempre no vermelho.
O trânsito mata. O trombadinha mata. A poluição mata. A falta de segurança no trabalho mata. Por uma palavra a mais ou a menos o homem, nesta conturbada cidade, mata. A imprensa e muitas vezes até o púlpito ensina: “Desconfie de todos”.
Esta é a civilização do medo. Ninguém está seguro. O futuro parece sombrio e incógnito. Sofremos uma crise de amor. Vivemos uma inflação de auto-amor. O amor que deveria ser dado ao próximo tem sido desviado para alimentar nosso egoísmo. Temos nos esquecido de que esse é um amor roubado. Na ordem natural de Deus, esse amor deveria ser dado ao outro.
Nosso culto por causa dessa ótica distorcida tem caído apenas na verticalidade. Vou ao templo para adorar a Deus. Minha adoração tem sido solitária, e não solidária. Temos nos esquecido de trazer a comunidade inteira à luz de Deus.
A verdadeira adoração ao Senhor é aquela que não exclui o meu irmão. Não existe amor a Deus sem amor ao outro, ao pobre, ao abandonado, ao nu, ao rico, ao branco, ao negro.
Só este culto restaurará o homem. Só este amor criará o novo homem e a nova humanidade. Para João, só neste amor ficarei livre do medo (I João 4:18a).
Fonte: PEREIRA, Assir. Homem, onde estás?: igreja aqui e agora. São Paulo: WVC, 2000. pp. 39-40).
Não sei quem é Assir Pereira, mas concordo com o que ele disse.
3 comentários:
Eu não tenho medo de nada! Só de lagartixa!
A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo. Tiago 1.27
Esse Homen Assir Pereira tem muita sabedoria e muita honestidade. Graças a Deus tudo que esse homen colocou a mão deu certo. Muito sábia suas palavras.
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